Pois primeiro nasci lá—óbvio—e vivi lá por 24 anos. De qualquer forma, são os sabores e a forte influência dos mexicanos que fazem a cidade distinta. Quanto à comida, acho que me identifico mais com eles que conosco, os chamados afro-americanos. Em Los Angeles, aprendi qual era o meu prato favorito—e isso depois de ser exposta ao kimchi coreano, ao pho vietnamita e à sopa de matzo judea. Em Los Angeles, soube o que era ser diferente. Em Los Angeles, conheci a história da migração, a mestiçagem e o que é ter medo de meu próprio talento. (A minha cidade é o lugar onde os sonhos podem te sustentar e também podem te sufocar.)
A cidade é muito ampla e nesse respeito distinta das cidades do leste do país. Os prédios em Nova Iorque são altos; os meus são amplos e relativamente falando baixos. Los Angeles também é bastante segregada. Temos o Compton e Inglewood ao Sudeste onde moram os afro-americanos; Santa Monica, Malibu, Beverly Hills e Hancock Park ao Noroeste com brancos, judeus e famosos; Koreatown, Little Tokyo, Downtown e East L.A. ao leste do centro. Minha família se encontra em Mid-City, no meio de tudo, fato o qual me parece ser apropiado considerando as nossas misturas e histórias.
Para responder diretamente as perguntas do tema: Minha cidade é ampla, quente, diversa e cheia de rodovias. As pessoas que vivem lá são principalmente de herança mexicana. A cidade oferece as praias das quais muitas pessoas gostam. Quando tenho tempo livre, gosto de ir com a minha família ou com amigos aos restaurantes La Taquiza e Urth; ao primeiro para comer “enchiladas” e ao segundo para experimentar uma variedade de sobremesas bem elaboradas. Não gosto da quantidade de pessoas em Los Angeles. Faz cinco anos que eu não moro mais lá e parece que cada vez que volto para visitar, há mais pessoas. Los Angeles, como todo lugar em Estados Unidos, tem dificuldade para integrar os afro-americanos na sociedade. Ainda sofremos com as questões de acesso equilibrado à educação superior, o encarceramento de nossos jovens e a dependência prolongada e quase permanente dos serviços sociais—muitas pessoas nunca chegam a se livrar deles com trabalho e ganhos próprios. Também existe um racismo prejudicial entre os grupos minoritários, o qual servia como o primeiro impulso que me motivou a estudar as línguas estrangeiras.