
No princípio, Luci disse, “Haja uma escola de português.” E assim se fez uma escola.
“Que nesta escola,” proclamou, “só se falem línguas lusófonas. Que sejam européias, africanas e americanas. Mas de língua inglesa, eles não falarão. Porque se fizerem, serão gravemente punidos e depois expulsos de nosso jardim—digo ‘escola’,” ressaltou Luci.
E os estudantes chegaram, entre eles havia altos e baixos, brancos e (alguns) negros, extrovertidos e introvertidos e formaram um lugar que chamaram de “Middlebury,” ou, as vezes, “Brackete,” e depois, finalmente, “Babel.” E Luci viu que tudo o que fizera era muito bom.
Um certo dia middleberiano, Todd e Katrina decidiram entrar na cidade para procurar produtos de higiene pessoal como creme para a pele, condicionador para o cabelo, mas principalmente Camphophenique, um líquido especial que aliviava as irritações das picadas dos pernilongos. Em busca deste produto, caminhavam rumo à Shaw’s quando o mal entrou na história.
Todd viu uma loja de roupas esportivas e queria entrar nela.
“Podemos entrar aqui por um momento?” perguntou Todd à Katrina.
Katrina ouvira que as almas que se perderam e foram gravemente punidas e expulsas, começaram assim. Mesmo assim, concordou em entrar, pensando que as histórias tinham que ser exageradas.
Ao entrar, os dois viram preços escritos com números, o qual era permissível, Katrina pensava. Mas depois, ela viu a palavra “discount” e imediatamente percebeu que estava equivocada. O seu coração saltou do seu peito. Olhou para a direita e para a esquerda, esperando que ninguém os tivesse visto. Katrina achava que o céu ia se abrir e deixar cair as águas de mil rios…
Mas não aconteceu. Tudo parecia estar normal até um certo momento. E Katrina relaxou um poquinho, mas tentou, dissimuladamente, cobrir os olhos ao sair da loja. E foi naquele momento de ‘relax’ que ocorreu o início do fim de tudo: o pecado original.
“Ah, olhe,” disse Todd, “tem jornais da cidade. Vou pegar este. Ah, e este tem quadrinhos. Você gosta de quadrinhos, né?”
“Gosto,” disse Katrina sem pensar no assunto. E Todd deu à ela a fruta que encontrara e ela a pegou, possuindo-a em suas mãos. Naquele momento, não dava para ler o jornal, mas ia dar uma olhada depois de ir ao supermercado, ao sentar-se no café, Carol’s.
Os dois foram então para lá e compraram também dos produtos do mercado, manga desidratada para comer nas aulas, barras de granola para comer também nas aulas, papel para o nariz e além de todos os produtos anteriormente mencionados.
Quando chegaram ao Carol’s, Katrina se sentou e Todd se despediu dela; ele tinha sua roupa na lavadora e não queria que os outros estudantes ficassem irritados com ele, visto que monopolizava o espaço. Então, depois de lhe dar um beijinho iscarioto, partiu.
Katrina pediu uma batida tropical porque o dia estava quente e ela tinha muita sede. Ela se sentou, pegou o jornal e abriu para lê-lo. E foi nesse momento que se deu conta do que estava fazendo e inmediatamente fechou as folhas do jornal em pânico.
“Nossa Senhora!” gritou ela, frase que aprendera de Devin no lago. “O que acontece aqui?!”
Esquecera que a imprensa local estava escrita em inglês. Puxa vida. Instintivamente protegeu a cabeça das pragas de bichos dos quais ela tinha certeza que em breve chegariam para atacar o seu rosto.
Foi o amigo que você me deu, Luci, ele que me deu para ler! Não procurava materias em inglês!, pensou enquanto buscar uma desculpa para se explicar.
Se não fosse sido pelos pernilongos, não teria ido pela cidade!, acusou.
Resgate-me!, pediu desesperada.
Mas não percebeu a chegada dos bichos nem as águas dos mil rios caindo do céu. Então, cuidadosamente abriu um olho, escondido atrás das mãos dela, para assegurar-se da ausência das duas pragas. O ar estava tão claro como antes. E Katrina dava as graças a Deus, ou seja, Luci.
Katrina guardou o jornal junto ao creme e as barras de granola. Estava agradecida de não ter caído na tentação. Foi nesse momento que pegou uma caneta para escrever a historinha que você leu aqui.
Foi por pouco, muito pouco, pensou, e limpou o suco da fruta dos seus lábios, contente em poder continuar vivendo no jardim—digo ‘escola’—por mais um dia.
“Que nesta escola,” proclamou, “só se falem línguas lusófonas. Que sejam européias, africanas e americanas. Mas de língua inglesa, eles não falarão. Porque se fizerem, serão gravemente punidos e depois expulsos de nosso jardim—digo ‘escola’,” ressaltou Luci.
E os estudantes chegaram, entre eles havia altos e baixos, brancos e (alguns) negros, extrovertidos e introvertidos e formaram um lugar que chamaram de “Middlebury,” ou, as vezes, “Brackete,” e depois, finalmente, “Babel.” E Luci viu que tudo o que fizera era muito bom.
Um certo dia middleberiano, Todd e Katrina decidiram entrar na cidade para procurar produtos de higiene pessoal como creme para a pele, condicionador para o cabelo, mas principalmente Camphophenique, um líquido especial que aliviava as irritações das picadas dos pernilongos. Em busca deste produto, caminhavam rumo à Shaw’s quando o mal entrou na história.
Todd viu uma loja de roupas esportivas e queria entrar nela.
“Podemos entrar aqui por um momento?” perguntou Todd à Katrina.
Katrina ouvira que as almas que se perderam e foram gravemente punidas e expulsas, começaram assim. Mesmo assim, concordou em entrar, pensando que as histórias tinham que ser exageradas.
Ao entrar, os dois viram preços escritos com números, o qual era permissível, Katrina pensava. Mas depois, ela viu a palavra “discount” e imediatamente percebeu que estava equivocada. O seu coração saltou do seu peito. Olhou para a direita e para a esquerda, esperando que ninguém os tivesse visto. Katrina achava que o céu ia se abrir e deixar cair as águas de mil rios…
Mas não aconteceu. Tudo parecia estar normal até um certo momento. E Katrina relaxou um poquinho, mas tentou, dissimuladamente, cobrir os olhos ao sair da loja. E foi naquele momento de ‘relax’ que ocorreu o início do fim de tudo: o pecado original.
“Ah, olhe,” disse Todd, “tem jornais da cidade. Vou pegar este. Ah, e este tem quadrinhos. Você gosta de quadrinhos, né?”
“Gosto,” disse Katrina sem pensar no assunto. E Todd deu à ela a fruta que encontrara e ela a pegou, possuindo-a em suas mãos. Naquele momento, não dava para ler o jornal, mas ia dar uma olhada depois de ir ao supermercado, ao sentar-se no café, Carol’s.
Os dois foram então para lá e compraram também dos produtos do mercado, manga desidratada para comer nas aulas, barras de granola para comer também nas aulas, papel para o nariz e além de todos os produtos anteriormente mencionados.
Quando chegaram ao Carol’s, Katrina se sentou e Todd se despediu dela; ele tinha sua roupa na lavadora e não queria que os outros estudantes ficassem irritados com ele, visto que monopolizava o espaço. Então, depois de lhe dar um beijinho iscarioto, partiu.
Katrina pediu uma batida tropical porque o dia estava quente e ela tinha muita sede. Ela se sentou, pegou o jornal e abriu para lê-lo. E foi nesse momento que se deu conta do que estava fazendo e inmediatamente fechou as folhas do jornal em pânico.
“Nossa Senhora!” gritou ela, frase que aprendera de Devin no lago. “O que acontece aqui?!”
Esquecera que a imprensa local estava escrita em inglês. Puxa vida. Instintivamente protegeu a cabeça das pragas de bichos dos quais ela tinha certeza que em breve chegariam para atacar o seu rosto.
Foi o amigo que você me deu, Luci, ele que me deu para ler! Não procurava materias em inglês!, pensou enquanto buscar uma desculpa para se explicar.
Se não fosse sido pelos pernilongos, não teria ido pela cidade!, acusou.
Resgate-me!, pediu desesperada.
Mas não percebeu a chegada dos bichos nem as águas dos mil rios caindo do céu. Então, cuidadosamente abriu um olho, escondido atrás das mãos dela, para assegurar-se da ausência das duas pragas. O ar estava tão claro como antes. E Katrina dava as graças a Deus, ou seja, Luci.
Katrina guardou o jornal junto ao creme e as barras de granola. Estava agradecida de não ter caído na tentação. Foi nesse momento que pegou uma caneta para escrever a historinha que você leu aqui.
Foi por pouco, muito pouco, pensou, e limpou o suco da fruta dos seus lábios, contente em poder continuar vivendo no jardim—digo ‘escola’—por mais um dia.